Ontem...

... na escola foi dia de apresentação desportiva.

Foi uma apresentação interna, à qual os pais poderam assistir caso estivessem interessados. Não por falta de interesse, mas devido ao trabalho, nós não podemos ir. Mas como não queria que ele ficasse triste por não ter lá ninguém para o aplaudir uma vez que iria dançar a "Macarena", pedi à minha Mãe que o fosse "apoiar".

Diz a Avó que foi a loucura! Não a dança (que essa nem correu assim tão bem, uma vez que eles são muitos e que alguns, por causa da vergonha, não quiseram fazer nada), mas sim a alegria dele ao ver que a Avó lá estava.

Apresentou a Avó às auxiliares e à educadora. Disse a todos os meninos que aquela é que era a Avó dele (cheio de orgulho). E na hora do espectáculo começar, deu uma grande corrida ao encontro da Avó (que estava na 1ª fila) e pediu-lhe "só um abracinho" quando ela lhe disse para voltar para o seu lugar que a dança ia começar.

Eu sei que ele é um mimado. A educadora dele diz-me constantemente que ele é um "bébé grande" e eu sei disso. Mas do fundo do meu coração, se crescer é perder esta inocência, esta alegria, estes ataques de amor àqueles de quem ele mais gosta, então não quero mesmo que ele cresça. Quero que ele continue um "bébé grande" mimado.

Adenda: Eu gosto da educadora dele e até concordo com ela. E gosto da maneira como a escola o está a "educar" e da forma de como lidam com ele. Só para que fique claro!!

O amor é...

... ele apresenta-la como "a minha namorada".

O amor é ...
... zangarem-se por causa de uma brincadeira e amuarem cada um para o seu lado, ficando muito tristes os dois.

o amor é...
... ela dançar para ele.

O amor é...
... ele pedir para eu lhe ligar porque sente saudades dela.

O amor é...
... ela fazer uma festa de anos só para os amiguinhos da escola e fazer questão dele ser convidado também.

O amor é...
... fazerem asneiras juntos, e depois de um ralhete, esconderem-se os dois debaixo da mesa a rir baixinho com a cabeça juntinha um ao outro.

O amor é...
... ele brincar aos Pais e às Mães porque ela quer e ela brincar aos Gormitis porque ele quer.

O amor é... dois miúdos de quatro anos que se entemdem bem melhor que muitos adultos (casados) que eu conheço por aí.

Na escola...

... a semana podia ter corrido melhor.

Se na 4ª feira manter o chapéu na cabeça não foi tarefa fácil, na 5ª feira o caldo chegou mesmo a entornar quando o miúdo resolveu fugir para o ginásio.

Após longa conversa com ele em casa, veio a resposta à menino grande, de quem sabe o que fez mas lá terá a suas razões:

Eu - Manel, não quero que voltes a ser desobediente na escola e não te quero a fugir da Ana, ouviste?
Ele - Olha Mãe, eu tenho a minha vida e a minha vida não são só fichas como elas querem. A minha vida também é brincar!!

Ok!! Vai lá à tua vida, então!!

Toda a gente diz...

... que o Manel precisa de um mano.

Ele acha que não e não percebe para que servem os manos. Para ele a familia somos só nós os três. Ir-mos todos é ir-mos os três. Para ele, três é um belo número. É o número da familia. Três.

A mim, ser-mos só três faz-me confusão. Faz-me confusão ele ser sozinho no futuro. É bom ter-se um irmão. É bom poder dividir coisas boas e coisas más.

Ele acha que não precisa de uma mano, eu tenho a certeza de que preciso de mais um filho.

E o que mais me custa...

... nesta ausência de quase dois anos, são as coisas (dele) que ficaram por registar e que serão esquecidas!!

Quase 2 anos...

... é muito tempo, mas passam num isntante.

Em 2 anos muita coisa se passou. Ele cresceu. Tanto que assusta. Já não é bébé e faz questão de o dizer a toda hora.

Para ele os "res" eram "les", o que fazia com que "quero" fosse "quelo" e "ir" fosse "il". Se agora já diz os "res", em contrapartida "salteadas" (de batatas) dizem-se ainda "salpiadas" (e o que ele gosta de batatas "salpiadas").

Já é menino e já vai à escola. Na escola tem bolas verdes de comportamento, e ultrapassou com distinção o 1 primeiro dia de escola, o 1 primeiro mês e quase 1 primeiro ano.

Gosta de beijos. De os dar e de os receber.

Não gosta de adormecer sozinho, mas adormece num instante e dorme a noite toda sem se dar por ele.

Custa-lhe acordar aos dias de semana para ir para a escola, mas aos fim de semana nunca acorda depois das nove.

É matreiro e intruja. Esperto que eu nem sei.

Fez quatro anos e é o meu amor pequenino!!

Quase 2 anos depois...

... volto!